Entre um menino e um ‘boa idade’

ADVERTÊNCIA: Há tempos não escrevo sobre sexo. Muitos até têm me cobrado, mas explico-lhes que me faltava história. Sabe como é, né?! Era nos bares, na noite, nas conversas com os amigos que me cutucava um assunto ou outro e, para falar a verdade, o único cenário que tenho compartilhado é minha casa e minhas insanidades. Não dá para escrever sobre mim sempre, né? Mas não quero lamentar-me pela falta de assunto. Certo dia surgiu esse tema e, hoje, venho compartilhar com vocês!

“Não consigo entender. Como posso tomar-me pensando em André? És ainda tão jovem. Quando estou com ele sinto-me a melhor mulher do mundo. Seus olhos me fitam com tanta intensidade que parece devorar-me no olhar. E quando saímos? Chego a incomodar-me. São beijos e mais beijos. Isso chama a atenção até dos mais relapsos. Na cama ele é um fogo que não se apaga. Todas as vezes que dormimos juntos custo a acompanhar seu fôlego e, nesses momentos, lembro-me de como é bom ser jovem.

Sei que a sociedade ainda não está preparada para acolher a relação de uma jovem mulher adulta com um adolescente e, por isso, não posso assumi-lo. Como o levaria para as reuniões empresariais? Como o apresentaria para meus pais? Impossível! Vivemos em mundos diferentes. Não posso! Não devo! É só nisso que consigo pensar. Sabe, os meninos são sim bons de cama. Nossa, que pique!

Seria a cama o real motivo pelo qual André não dá folga aos meus pensamentos? Ponho-me a sorrir sempre que lembro dele. De suas palavras. Ah menino! Você me dá trabalho”
, confidenciou Marina.

Seriam os adolescentes os ‘gurus do sexo’?

Certo dia, após um final de semana relaxante, recordei-me de uma conversa entre dois jovens amigos. Esses, falavam sobre suas experiências com mulheres mais ‘velhas’. Talvez com pouco mais de 25, para jovens garotos, a mulher seja realmente mais velha, afinal, eles sequer chegaram aos 22.

Diante daqueles corpos magricelas, dialeto peculiar e, características que só eles, os adolescentes, entendem, me pus a observar. Cada comentário, cada descrição de aventura, me colocava a sorrir. Decidi então ir a campo. Não! Não precisa pensar que sai por aí transando com adolescentes para escrever isso, mas fui beber na fonte. Oras, tenho várias amigas, amigos e, é óbvio que pelo menos um de cada sexo já se teve com um (a).

Uma amiga definiu-me muito bem a transa com um de 22: “Eles começam no reggae, passam pelo soul e terminam numa trance”. Devemos concordar que o pique de um ‘garotão’ é, de longe, mais ‘frenético’ do que um ‘boa idade’. Talvez seja esse o motivo da busca feminina por juvenis corpos atléticos. Sim! É claro! Vai me dizer que seu marido, que já passou dos quarenta, continua com a mesma disposição sexual, tem o corpo tão lindinho quanto um menino de vinte e poucos? Sim! Existem exceções. Mas os ‘meninos’ sofrem de “narcizismo” e por isso usam e abusam da vaidade.

Às vezes falta conteúdo, mas será que para ter bom sexo é preciso conteúdo? Camila, uma grande amiga, disse-me que o mais atraente é ensinar. Eles, por mais que tenham alguma experiência, ainda são jovens. Eles nos olham com admiração, com encanto e, em hipótese alguma, se incomodam com o fato de aprender. Pelo contrário. Na maioria das vezes adoram nos tratar como professoras.

Agora, se procuras um grande amor minha cara, desista dos ‘meninos’. Esses são desprendidos da vida. Estão na fase de encontrar os amigos da faculdade, entorpecer-se e ter quantidade. Dificilmente encontrará um garotão que queira fazer por ti o que um ‘boa idade’ fará. E essa vantagem sem dúvida, é ponto positivo para os mais velhos.

Os que passaram dos 30, na maioria das vezes, já não estão mais na busca de uma mulher com físico perfeito e zero conteúdo intelectual. Normalmente, buscam pessoas inteligentes e que estejam dispostas a concretizar sonhos, dividir oportunidades, momentos e problemas. Na cama são mais gentis, se preocupam em dar prazer e ter prazer. Diferente dos ainda bebezinhos, sexualmente falando.

Na tentativa de traçar um perfil sexual, cheguei à conclusão que:

1) Os meninos se preocupam com a quantidade e não com a qualidade. Para eles é muito mais vantajoso contar para os amigos quantas vezes transou na mesma noite do que dizer-lhes que o sexo foi intenso, que trocaram intimidades ou, simplesmente, que transaram e foram dormir.
2) Para os ‘meninos’, as mulheres mais ‘velhas’ são sem frescura e experientes. Não se incomodam com o sexo oral e os levam à loucura. E, por isso, o favoritismo.
3) Os ‘meninos’ transam várias vezes e ponto! Os ‘homens’ transam, conversam e, ao acordar, transam de novo. Dependendo da busca, é melhor ter uma boa noite de sexo!
4) Os garotões têm corpos esculturais, não se preocupam com o amanhã e conseguem aumentar a auto-estima. A idéia de ensinar, de comandar a relação excita o público feminino.
5) De fato meninos não servem para relacionar-se. Bom mesmo são os mais experientes, pois se preocupam em cuidar, se importam com a intimidade e, antes de tudo, são bons amigos.
6) O homem? Ah… Esse se preocupa em afagar seus cabelos, falar-lhe delícias ao pé do ouvido e dormir de conchinha. Na maioria das vezes falam com o coração e não com o ar pueril dos vinte e poucos.

É diferente. Não adianta. O sexo adolescente é um sexo adolescente. Com todas as delícias e ‘purezas’ de um. O sexo adulto é maduro, gostoso e bastante prazeroso. Às vezes chato, por obrigação, mas é sexo bom. A música do Paralamas do Sucesso, que diz: “Era só uma menina e eu deixando que ela faça o que bem quiser de mim. Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance!” (Era só uma menina / Paralamas do sucesso), representa bem os riscos de envolver-se com um adolescente. Não vai achando que apaixonar-se por uma criança é difícil. O mundo é paralelo e eles encaram a vida de forma menos chata. Para eles não existem problemas, barreiras ou dificuldades e isso, certamente, nos encanta.